segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Cartum, charge, caricatura e quadrinhos: uma breve “pincelada”. Vale a pena conferir

Flamir
Charge publicada na revista Geração JC - Editora CPAD


Texto de Rafael Lima
Rio de Janeiro, 23/10/2001



Rir de uma caricatura, comentar a charge do dia, lembrar daquele antigo pôster do Ziraldo todo mundo gosta. Mas a galera aí sabe a diferença entre charge, cartum e caricatura? Sabe o que é uma piada muda e o que é uma história em quadrinhos?


Evangelho diminui índice de violência na cidade de São Paulo

Flamir
Charge publicada no jornal Mensageiro da Paz / Janeiro de 2008 - CPAD


Vamos por partes, como um quebra-cabeça. Etimologia: charge vem do francês, carga. Como explica Jô Soares no prefácio do livro do chargista Ique, Brasileiras & Brasileiros: "Charge, carga, não da brigada, mas sempre ligeira, desafio infindável. Charge, carga, obrigação de ser mordaz com hora marcada." Mais simplesmente, "a chance de dar um tiro de canhão por dia", definição ouvida por este colunista num debate. Cartoon, do inglês, cartão, tem origem num fato histórico.

Ique e seu site em construção

Em Londres, 1841, o príncipe Abbert encomendou uma série de desenhos para os novos murais de Westminster, e os artistas rejeitados, em represália, fizeram uma mostra de humor toda em cartão. A revista inglesa Punch, a mais antiga em humor do mundo, publicou os cartoons, dando novo significado à palavra. Aqui no Brasil, o cartoon ganhou jogo de cintura e virou cartum, como narra o pai da criança, Ziraldo: "no Brasil, a gente tinha que grifar, já que era palavra estrangeira. Ficava uma coisa chata. Então eu fui falar com o Aurélio, contei a ele que tinha criado a palavra e ele disse que ia dicionarizá-la. Logo depois, em 1967, um diretor do Jornal dos Sports que estava querendo fazer grandes mudanças me chamou para fazer um caderno de humor. No título já fui colocando a grafia nova: 'Cartum JS'". O neologismo apareceu pela primeira vez na revista Pererê, de fevereiro de 1964, do mesmo Ziraldo.



Obama e Elton John, no traço do grande caricaturista Baptistão


Mas quem é quem nesse saco de gatos? Chico Caruso (charge ao lado caricaturando Orestes Quércia e Antônio Ermínio de Moraes e Diego Gianni, traçando Sylvester Stallone) fez uma distinção bem clara, valendo-se de uma analogia cinematográfica (vai com aspas, mas a citação é de cabeça): "Se você afasta a câmera, pegando o plano geral, sem detalhes, e a piada é universal, como a do náufrago, é um cartum." Então todos aqueles desenhinhos sem palavras do Quino são cartuns, as vinhetas do Borjalo também e as marginais do Mad, feitas pelo Aragonés, idem. "Se você aproxima a câmera, pegando o chamado plano americano -- da cintura pra cima -- e localiza a piada, aí é charge." Fica fácil ver que todas essas piadas políticas, que aparecem nas manchetes ou nas páginas de opinião dos jornais são charges. Os quadrados que Ique, Chico e Paulo Caruso, Angeli, e Claudio Paiva ocupam ou ocuparam nos jornais do Rio e São Paulo foram sempre ocupados com charges. "E se você fecha a câmera só na cabeça, o close, é caricatura." Ou seja, aqueles retratos deformados que fizeram o nome do Álvarus, do Cássio Loredano, do Liberati, do Al Hirschfeld na New Yorker, do Nássara. Agora entendi.

Mestre Ziraldo e seus personagens inesquecíveis


Peraí, mas e... os quadrinhos? Quadrinhos são coisa bem mais complexa, porque se valem de elementos da pintura, ilustração, literatura, cartum, charge, caricatura e até cinema, podendo trocar influências e idéias num toma lá dá cá que às vezes é só toma lá, às vezes é só dá cá. Além disso, como Will Eisner colocou em seu livro, quadrinhos são arte sequencial, ao contrário da charge e do cartum, que se resolvem em um só quadro. Bill Sienkievicz se notabilizou por usar a caricatura para caracterizar o lado grotesco de alguns personagens, utilizando diversas técnicas de pintura. Angeli usa a sequência, típica dos quadrinhos, em suas charges políticas. Aroeira usa outro elemento dos quadrinhos, o balão, fartamente em suas charges. Jaguar usa o balão em cartuns. Quando não há uso do balão num cartum, e o texto não aparece abaixo do desenho, como diálogo ou título, expediente comum a Carlos Estevão, o cartum é conhecido como piada muda.

Graúna, Zeferino e Bode Orelana, do genial Henfil. Estes personagens
viviam inúmeras situações humorísticas e satíricas retratando a miséria do
Nordeste, onde a verdadeira personagem era a caatinga



O problema é que além de nem todas essas definições serem suficientemente claras, elas são arbitrárias. Existem para serem derrubadas até que se encontre algo melhor. E fluidas, porque ao intercambiarem seus elementos, misturam seus conceitos, tornando-se mais parecidas umas com as outras. É comum ouvir as pessoas falarem que o Chico Caruso é um caricaturista de mão cheia, o que não deixa de ser verdade. Lan, mais do que chargista político, é um ilustrador (ilustração: aquele desenho que diz em traços o que o texto diz em palavras) brilhante no uso da cor, cartazista e capista. A verdade é que, assim como as definições acima, o talento também é intercambiável, e quem é bom fazendo cartum também deve ser bom fazendo quadrinhos, caso do Henfil, e vice-versa. Os exemplos são intermináveis, como sempre foi a disposição do público para o desenho de humor.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Entrevista para Jornal de Letras, 2005, coluna Desenharte

Charge sobre "Enfermagem"


Por Zé Roberto
Caricaturista
(zrgrauna@terra.com.br)
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A primeira vez que resolvi pesquisar mais profundamente a obra do cartunista Flamir (ao lado, no traço do caricaturista Ney Lima), foi em 1990, quando eu ainda lecionava cursos de desenho no Senac de Madureira. As aulas eram justamente sobre o desenho de humor no Brasil, e, entre outras coisas, debatíamos sobre o traço marcante do genial Ziraldo Alves Pinto, e as influências deixadas pelo pai do Menino Maluquinho no desenho de alguns dos nossos melhores artistas. Lembramos os nomes de Perón, Mig, Ferreth, Mayrink e também Flamir. Foi quando um dos alunos anunciou que este último estava ficando conhecido como o “cartunista de Cristo”, já que ele havia se convertido ao cristianismo protestante e passou a defender e divulgar a filosofia que abraçara por meio de seus cartuns.
De fato, esta informação estava correta. O cartunista converteu-se em 1989 e, apenas um ano depois, criou o jornal UNIAÇÃO, uma espécie de Pasquim gospel, recheado com dezenas de cartuns e caricaturas, além de artigos e entrevistas polêmicas discutindo os erros e acertos do meio evangélico.

Charge sobre o crescimento do ateísmo nas universidades

O resultado foi o melhor possível, e o tablóide alcançou uma boa tiragem sendo distribuído para mais de 2.500 bancas de jornal do Estado Rio de Janeiro.
Hoje, Flamir Ambrósio, 42 anos, atua como designer gráfico no setor de Arte da CPAD e planeja o crescimento da Info & Design Editora, empresa que coordena juntamente com o seu irmão Fárlei Gil.
Justamente pela IDE é que o artista acaba de lançar o livro FRANZ - um pai que nos fez ouvir o barulho do vento nas árvores. Diferente do seu primeiro livro, O bebê dos olhos de jabuticaba, que era direcionado ao público infanto-juvenil e todo ilustrado, o atual não apresenta desenho algum do autor. E conta as experiências do artista com o seu pai, falecido em janeiro de 2004. Aliás, cabe aqui uma explicação sobre a origem do estranho nome Flamir. O seu pai era flamenguista convicto e resolveu homenagear o seu time do coração. Uniu, então, os nomes do Flamengo ao ídolo Vlamir, atleta que, na época, era o “Zico” do basquete na Gávea, daí surgiu Flamir. Quer dizer, a exemplo de Henfil, que do nome Henrique de Souza Filho, pinçou as primeiras sílabas do primeiro nome e criou sua chancela, nosso amigo cartunista nem precisou de um pseudônimo para assinar seus desenhos.
O lançamento do livro aconteceu em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, e contou com a presença de alguns de seus colegas de profissão. Aproveitamos a oportunidade para conversar com o cartunista-escritor.

Charge publicada na Revista GeraçãoJC/Seção GeraçãoHumor - Editora CPAD.
Tema: ateísmo nas universidades e a postura do cristão em relação a esta realidade.


JL - O Livro Franz – um pai que nos fez ouvir o barulho do vento nas árvores, pode ser considerado o primeiro de uma série de obras de um novo escritor?

Flamir - Penso que sim, uma vez que pretendo desenvolver textos que abordem vários temas, principalmente relacionados ao universo cristão.

JL - De uns tempos para cá você vem trabalhando quase de forma exclusiva no mercado editorial evangélico, como designer. Você planeja voltar a atuar mais assiduamente como cartunista?

Flamir - Tenho alguns projetos que vêm borbulhando em minha mente há algum tempo, como por exemplo, elaborar uma coletânea de cartunistas cariocas, que terá como pano de fundo, a Cidade Maravilhosa, ou seja, nosso Rio de Janeiro e fazer dessa coletânea uma mostra de humor. Também pretendo lançar um livro sobre o meu filhinho Felipe. Como fiz há 11 anos com “O bebê dos olhos de jabuticaba”. Acho que será interessante.

Charge publicada na Revista GeraçãoJC/Seção Geração Humor - Editora CPAD


JL - Você desenhou para a chamada “Imprensa Nanica”, que ajudou na formação de jovens cartunistas e jornalistas. No entanto, não temos visto, nos últimos anos, novidade alguma na imprensa alternativa. Você acredita no surgimento de projetos que possam acolher novos desenhistas de humor?

Flamir - Estou um pouco cético em relação ao aparecimento de novos meios de comunicação impresso que dêem crédito a desenhistas de humor. Principalmente no que diz respeito ao âmbito evangélico, que não faz uso do humor gráfico como eu acho que deveria. Boa parte das editoras e jornais têm muito cuidado no uso da charge e cartum em função de alguns leitores não entenderem bem a importância que exercem a charge, tirinhas, caricatura e cartum como notícia. Sem esquecer que existem questões doutrinárias e princípios que algumas igrejas não abrem mão.

Cartum publicado na Revista GeraçãoJC/Seção Geração Humor - Editora CPAD

É fundamental esclarecer que o bom cartunista e chargista não é um “pichador”, mas uma artista totalmente “antenado” com tudo que acontece em nossa sociedade, no mundo. Eu diria que é um jornalista de “nanquim” nas mãos. Quando algum espaço é aberto nas circunstâncias que eu falei acima, às vezes muitos deles se tornam pouco “agressivos”, e esse lado corrosivo do cartunista é esquecido. Evidentemente que não devemos confundir isso com anarquia ou rebeldia.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

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Viagem ao Planeta Lixo
- Uma lição de ecologia
Dirlei Élem e Flamir Ambrósio

Editora CPAD
Formato 20 x 23cm
32 páginas / Colorido


Em 1991 fui convidado pelo pastor Josemar, na época, coordenador do departamento de publicações da JUERP, para ilustrar o livro de sua esposa, Dirlei Elem. Quando o original chegou às minhas mãos, pude ver que seria um desafio e tanto. Primeiro, porque o texto era extremamente sugestivo, segundo, porque eles tinham como propósito tê-lo pronto para a ECO-92 (um grande evento que aconteceu em junho de 1992, onde chefes de Estado de todos os países se reuniram no Rio de Janeiro para tratar dos problemas do Planeta Terra). Então comecei a “pincelar” os primeiros traços do Viagem ao Planeta Lixo - Uma lição de ecologia, um livro que tem como objetivo principal levar as crianças a descobrirem que preservar a natureza não é só assunto de gente grande. Com todo o projeto finalizado e aprovado (fizemos pequenas alterações), nos alegramos pela oportunidade que o Senhor nosso Deus nos concedia de publicar este livro. A editora Casa Publicadora das Assembléias de Deus – CPAD entendeu a proposta e o lançou em 1992. Durante 17 anos, Viagem ao Planeta Lixo nos conscientizou da importância de valorizarmos aquilo que Deus criou, o nosso planeta terra.

sábado, 10 de janeiro de 2009



FRANZ
Um pai que nos fez ouvir o barulho do vento na árvores


Editora IDE/Proclama
144 páginas


A gente sempre tem um comentário a respeito das obras que o Senhor permite que lancemos. Porém, eis um livro que eu costumo dizer que foi escrito sob lágrimas, literalmente. Papai partira para a Glória. Naquela semana, comecei a escrever um pouco sobre o pai amado que nos ensinou a viver ouvindo o barulho do vento nas árvores. Como? "Arrancando todas as folhas" (lembra do filme Sociedade dos Poetas Mortos?) que tentassem nos ensinar, de forma metodológica, litúrgica, a abraçar, beijar, cheirar, "poetizar", saltar das árvores, tocar violão, "cartunizar", a contemplar horizontes e brincar com o fluxo e refluxo das ondas do mar; a deixar o vento bater no rosto até gelar a pele e aquecer o coração; enfim, comecei a escrever sobre o pai que nos ensinou a viver a vida intensamente apesar das dores e sangrias. Nas páginas deste livro também, você certamente encontrará as marcas e as impressões deixadas por um pai que foi amante da vida, amante da poesia, da música, da arte, da esposa, dos filhos e, principalmente, de Deus. Penso que este livro fará um bem enorme a sua alma, espero que você possa lê-lo com o coração aberto, pois a sua leitura fará de você uma pessoa mais amável, gentil, mais humana, sintonizada à vida e mais atenta àquelas pequenas coisas que agigantam a alma, como por exemplo, ouvir o barulho do vento nas árvores.

Para adquiri-lo, envie um e-mail para: flamir.traco@gmail.com
20,00 (já incluso correio)



O BEBÊ E O SEU CARRO DO LIXO

Editora CPAD
Formato 23,5 x 23,5cm
56 páginas / Colorido / Capa Dura

Não tem jeito! Quando você é amado, mais você deseja expressar amor pelas pessoas com as quais você convive, principalmente filhos. Então, com vocês, o meu mais novo livro que está na "boca da máquina", ou seja, a qualquer momento será impresso. É “O Bebê e o seu carro do lixo”, uma homenagem ao meu filhinho amado, meu fofucho Felipinho, que só nos dá alegria.Filho é, verdadeiramente, um fascínio. Certa feita, Fernando Veríssimo disse: "A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final ". E como! Lembro que fomos comemorar a gravidez de minha esposa numa pizzaria, juntamente com minha mãe. Comentei que aquela "sementinha" daria um belo livro cujas páginas alegrariam o coração de muita gente. Afinal, estaria ali um bebê sapeca sempre aprontando, ou melhor, fazendo aquela "arte-final". Aliás, deixo aqui os meus agradecimentos a A-toon Ilustração e Design Ltda.(empresa coordenada pelo o meu amigo Diogo) pela arte-final e colorização e também ä minha amiga Telma Bueno, pela orientação pedagógica. Valeu!A sinopse do livro é a seguinte: O Bebê e o seu carro do lixo é um livro educativo, de enredo curto e repleto de imagens que prenderão a sua atenção e a do seu pequenino também. Um livro que conta a história de um menino que retrata o cotidiano de qualquer criança esperta e curiosa, interessado em descobrir o mundo real. Conta sobre as muitas curiosidades de Felipe; inclusive de onde veio e como nasceu; as imensas travessuras e como foi sua educação. Dentre muitas coisas, Felipe aprendeu a gostar de um presentinho muito simples, porém especial que lhe ensinou a não jogar lixo no chão. E com esse presentinho ele vai soltar a sua imaginação. Venha conhecer a história do bebê e o seu surpreendente carrinho do lixo.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Entrevista concedida ao Jornal Palavra

Charge publicada no jornal Mensageiro da Paz, fevereiro de 2008 - CPAD


Fale um pouco de você.
Nasci em São Gonçalo, Rio de Janeiro. Sou casado com Fernanda e pai de Flamirzinho e Felipe. Minha experiência de conversão ao evangelho de Cristo Jesus foi em 1989, ano extremamente delicado com relação a minha família. Recebi o Senhor em meu coração, entendi perfeitamente o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário, derramando o seu precioso sangue por mim, perdoando-me os pecados e livrando-me de toda acusação do diabo. Estou nEle, sou dEle pra sempre e estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem altura, nem profundidade, nem alguma outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor! (Rm 8.38-39). A igreja que o Senhor Jesus colocou em minha vida e que tem me alegrado, é a Igreja Cristã Apostólica - ICAP, Pr. Luciano Vilaça. Tenho visto a maravilhosa Graça do Senhor sendo manifesta naquele lugar. Vínculos, afetos e equilíbrio são palavras que eu aprendi a vivenciar no ICAP. Louvado seja Deus por isso!


Charge publicada no jornal Mensageiro da Paz em 2007 - CPAD








Quando você começou a desenhar? Como aconteceu isso?

Não consigo ter uma outra lembrança senão o desenho como algo que sempre fez parte de minha vida desde muito cedo. Aos cinco anos, por exemplo, já dava meus rabiscos. Não podia ver uma folha qualquer que rapidamente desenhava. Meu pai percebeu e logo me estimulou fornecendo blocos e mais blocos, lápis de cor, hidrocor, etc. Via muito desenho animado. Principalmente os seriados de Batman & Robin, Superman. Uma vez que toda a programação tem o seu término, eu reproduzia todos os desenhos para o papel imediatamente. Era extremamente prazerozo! O traço saía meio torto, sem definição. Isso me irritava. Mas o desejo de desenhar era muito grande. E desenhar era e ainda é uma grande terapia. Profissionalmente, aos 15 anos, em 1979. Meu professor Délcio Teobaldo convidou-me para fazer um estágio no jornal de bairro LIG, de Niterói. Ali publiquei, durante 5 anos, meus desenhos. Ilustrava matérias e tinha uma página de humor chamada Ligação. Foi uma experiência muito boa. Principalmente quando o assunto girava em torno de cartum e charge. O panorama político, na época, era um “prato cheio”.

Conte-nos sua experiência profissional.
Trabalhei em alguns jornais como arte-finalista e cartunista. Tribuna da Imprensa, Jornal dos Sports, Jornal O DIA, Jornal do País, Pasquim, Jornal do Metrô, Jornal Verde, Tropical Whispers (EUA) e jornais de bairro. Produzi cartazes e folders de combate ao câncer do Ministério da Saúde: Câncer de Boca, Câncer do Colo do Útero, Câncer de Próstata e Câncer de Mama. Atualmente, trabalho na CPAD - Casa Publicadora das Assembléias de Deus, setor de Arte e & Design. Elaboro projetos, diagramação, criação de capas de livro, revistas e ilustrações para a Revista Geração JC. Aliás, nesta revista eu publico o “Geraçãohumor&Passatempo”, tem sido uma experiência muito interessante.

Flamir
Charge publicada no jornal Mensageiro da Paz - CPAD


Como você analisa esse mercado no meio evangélico?
No que se refere, por exemplo, a cartum, caricatura e charge, vejo que não estamos muito agressivos. As editoras e alguns jornais (pra não dizer todos) não exploram esse tipo de trabalho como eu acho que deveriam explorar. Evidentemente que temos várias razões: igreja, princípios morais, religiosidade, etc. Tenho absoluta certeza que tudo isso exerce algum tipo de influência na classe empresarial evangélica. Lembro que, ao me converter em 1989, pude observar essa carência. Então em 1990 lancei o meu jornal UNIAÇÃO, um pasquim evangélico distribuído para mais de 2.500 bancas do Estado do Rio de Janeiro. E alí a gente mandava ver! Era muito legal. Chovia carta na redação. Como eu tinha publicado cartuns e charges no


Enquanto isso, na semana da Páscoa...
Charge publicada na Revista Geração JC - 2008 - CPAD


Pasquim de Ziraldo, Jaguar, Millôr, Henfil e Cia e convivido um pouco com aquela galera (já era “fim de festa”, ou seja, final da ditadura, e, como diz o Ziraldo, acabou a graça), não encontrei dificuldade. A coisa fluía e muita gente gostava. Era verdadeiramente um “oásis”! Em temos de design, vejo com bons olhos. Temos excelentes profissionais e o mercado está muito bem servido, seja em Agências, Editoras, Jornais, Revistas, pequenas gráficas, etc. No próprio setor onde trabalho temos ótimos designers.