quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Bispo Robinson Cavalcanti é assassinado

Abaixo, um parágrafo da matéria publicada no Jornal do Commercio

Um crime bárbaro chocou o bairro dos Bultrins, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Em um ataque de fúria, Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, 29 anos, assassinou a facadas seus pais adotivos, por volta das 22h de domingo (26), dentro da casa da família, nos Bultrins. Armado com uma faca peixeira, ele matou o pai, o bispo anglicano Edward Robinson de Barros Cavalcanti, 68, que morreu no local, e a mãe, a professora aposentada Miriam Nunes Machado Cotias Cavalcanti, 64. Ela ainda foi levada ao Hospital Tricentenário, em Olinda, mas não resistiu. Dentro da casa ainda estava uma senhora de 78 anos, tia do bispo Robinson Cavalcanti, que viu a cena mas não sofreu nenhum tipo de violência. Após o assassinato, Eduardo tentou se matar, tomando veneno e se esfaqueando. Ele foi levado ao Hospital da Restauração e não corre risco de morte. Os corpos dos pais estão no Instituto de Medicina Legal (IML).

Em 1995, tive o privilégio de conhecê-lo pessoalmente na igreja metodista de Cascadura, Rio de Janeiro. Na ocasião, o entrevistamos para um jornal que editávamos. Sempre o admirei profundamente. Deixo aqui um registro de parte da sinopse do seu livro O Cristianismo e a Política, que tive o prazer de comprar ainda em sua primeira edição: “A luta por um sistema mais justo ou por leis mais justas não pode ser travada às custas do esquecimento de que é necessária a graça de Deus para transformar o velho homem. E que qualquer mobilização ou ação política deve começar de joelhos”.

Cliquen aqui Púlpito Cristão e leia o texto “A morte do bispo Robson Cavalcanti e a insensibilidade humana”, de Renato Vargens


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Feliz aniversário, meu sobrinho!

Falar do Rickson simplesmente me emociona profundamente por vários motivos. Principalmente porque eu tive o privilégio de acompanhar seus primeiros passos, dar papinha, ensaboá-lo de maneira que ele ficasse bem cheirozinho. Portanto, descrevê-lo aqui torna-se complicado em função da riqueza e beleza que esse menino representa para mim, seus pais, sua irmã, seus avós, seus tios, seus primos, seus amigos e, fundamentalmente, o que ele representa para Deus, desde bebezinho. Dentre tantos atributos tentarei destacar alguns desse menino lindo que aniversaria hoje, dia 21 de fevereiro de 2012. Um menino que eu tenho mais como filho do que como sobrinho.

Em primeiro lugar, um menino de Deus, que teme ao Senhor e entende que sem Ele não há salvação, não há vida, não há sentido de vivermos, de caminharmos, beijarmos, enfim, de contemplarmos a vida como quem contempla o barulho dos ventos nas árvores.

Em segundo lugar, um menino obediente aos seus pais. Um menino que sabe perfeitamente da necessidade de honrá-los para que os seus dias aqui na terra, como diz a Palavra, sejam multiplicados, sejam repletos de bênçãos.

Em terceiro lugar, um menino esforçado, que batalha pelo seus propósitos, que corre atrás, que vai à luta, mesmo ante às dificuldades. Viver com o Rickson é saber que os pulmões têm que estar preparados, porque ele não pára, afinal, a vida é como uma longa estrada e, mesmo que viermos a cansar, não tem jeito, respire fundo e continue a caminhada.

Em quarto lugar, um menino humilde, de coração singelo, de cabeça boa. Um menino que sabe perfeitamente se alegrar nos momentos certos e se sensibilizar com a dor humana nos momentos mais delicados possíveis.

Em quinto lugar, um menino que tem absoluta consciência de que á falho, que erra (graças a Deus por isso!), mas que tem a hombridade de reconhecer os seus erros, ainda que custe um preço alto.

Em sexto lugar, estar ao lado do Rickson, é entender que a vida é uma poesia repleta de possibilidades de transformá-la em música, afinal, esse garoto tráz a música no sangue, o DNA dos ambrósios. E “Rickson é som”, eu dizia nos seus primeiros anos de vida.

Em sétimo lugar (perfeito!), ainda na barriga de sua mamãe, eu falei, juntamente com toda minha família: esse menino será flamenguista! Rubro-negro! Nascerá campeão do mundo! Caramba! Já vi flamenguista por esse Brasil à fora, mas como o Rickson, sinceramente, nunca. Talvez, semelhante ao meu saudoso pai.

Que maravilha, meu Deus! Rickson conhece a sua Palavra e ainda é flamenguista!!!

Em oitavo lugar, lendo “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupery, uma passagem marcou a minha vida: “Você é responsável pelo que cativa”. Louvo a Deus pela vida do meu lindo sobrinho. Assim como o cativamos com responsabilidade, ele cativará a muitos, em nome de Jesus!


Beijos

Do tio que sempre te amou,

Flamir

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O fenômeno na história da pregação

Ele não construiu uma catedral. Não comprou um cinema. Não alugou um auditório no centro de Jerusalém. Não armou uma tenda gigante. Pregava no deserto, no deserto da Judéia, do lado ocidental do mar Morto.
Ele não ia atrás de ouvintes. Os ouvintes é que iam atrás dele. E eram muitos: “todos os habitantes de Jerusalém” (Mc 1.5), “toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão” (Mt 3.5).
Ele não espalhava outdoors nem colocava faixas para anunciar as reuniões. Não punha chamadas nas emissoras de rádio e televisão. Não publicava convites nos jornais nem mandava distribuir volantes de casa em casa. Não afixava cartazes bem feitos em paredes e postes. Não contava com trios elétricos para percorrer toda a região nem tocava trombeta para chamar a atenção dos transeuntes.
Ele não contratava bandas. Não anunciava shows. Não convidava cantores famosos. Não fazia propaganda de milagres, não anunciava curas, não pregava sobre prosperidade nem prometia noivas e noivos para os solteiros. Não sabia fazer louvor aeróbico.
Ele não usava vestes talares. Vestia-se agressivamente: cobria o corpo com pêlos de camelo e amarrava-os com um cinto de couro.
Ele não tinha papas na língua. Não pregava mensagens adocicadas. Não rodeava. Ia direto ao assunto. Não fazia (nem levantava) ofertas. Exigia ações do tipo: “Façam coisas que mostrem que vocês se arrependeram dos seus pecados” (Mt 3.8, BLH). Pregava o batismo de arrependimento, arrependimento de pecados recentes e remotos, de pecados individuais e coletivos. Não era muito educado com seus ouvintes. Chamava-os de “raça de víboras” (Mt 3.7). Provocava neles o temor do Senhor. Destruía-lhes as falsas esperanças e arrancava deles o manto que encobria suas grosserias. Clamava pela urgência: “O machado já está pronto para cortar as árvores pela raiz” (Mt 3.10, BLH).
Não obstante a falta de promoção, não obstante o local impróprio e distante, não obstante o temperamento excêntrico do pregador, não obstante a sua mensagem atordoadora, as multidões saíam a João Batista para ser batizadas por ele (Lc 3.7). O homem começou a pregar no 15º ano de Tibério César, o imperador romano, quando Pilatos já era governador da Judéia (Lc 3.1). Ele era aquele que, por força da profecia e por força das circunstâncias, prepararia o caminho do Senhor, endireitando as suas veredas (Mt 3.3). Ele mesmo não era a luz, mas veio para falar a respeito da luz (Jo 1.8).

Não é possível entender tamanha popularidade nem o respeito que o povo tinha por ele como profeta (Mt 14.5). João Batista é o maior fenômeno na história da pregação!


[1] Revista Ultimato ed. 260, Setembro-Outubro de 1999.
Pr. Luís Filipe de Azevedo