Dani Marques
O show business gospel cresce de forma avassaladora. Ingressos para shows (inclusive dentro das igrejas), cachês para pregar ou cantar, morangos no camarim, tapete vermelho, hospedagem em hotéis selecionados, Grammy gospel, grife de roupa... Antes que me crucifiquem, não vejo problema algum em um pregador ou cantor que foi convidado para um evento receber o custo de sua hospedagem, condução e quem sabe uma oferta voluntária por parte da igreja. Também acho justo que um presbítero que dirija bem sua comunidade receba um salário decente, pois a Palavra nos ensina dessa forma: "Não amordace o boi enquanto está debulhando o cereal", e "o trabalhador merece o seu salário" 1 Timóteo 5:18. E quando falamos de retiros e congressos, é sabido de todos que existem gastos com materiais, refeições, apostilas e etc. Por isso acho aceitável que se estipule um valor (justo).
Mas olhando para Cristo, Pedro, Paulo ou João Batista, figuras públicas da época, percebo que pregavam a Palavra por amor, pelo dom e vocação que receberam do Pai, e não como meio de alcançar fama e sucesso financeiro. Sim, Paulo muitas vezes foi sustentado por ofertas, mas jamais estipulou um cachê ou cobrou ingressos para pregar o Evangelho. As igrejas supriam suas necessidades, mas ele nunca utilizou o nome de Cristo como ferramenta para se sustentar, alcançar a fama ou ter uma vida farta, muito pelo contrário! O dom veio primeiro e Paulo, assim como tantos outros, se utilizou desta vocação para alcançar vidas, apenas. A falta de dinheiro nunca foi empecilho para a proclamação do Reino: "Qual é, pois, a minha recompensa? Apenas esta: que, pregando o evangelho, eu o apresente gratuitamente, não usando, assim, dos meus direitos ao pregá-lo... mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre". 1 Coríntios 9:18 e 25
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